Finalmente será apresentado à comunidade o livro «A Nossa Mesa: receituário gastronómico da Figueira da Foz».
Como escrevi na introdução do mesmo: «Reunidas estão as receitas que se julga serem as mais fiéis à tradição do concelho. Receitas que passaram de boca em boca; receitas que ficaram registadas em cadernos de mercearia ou em diários mais elegantes em casas de família; receitas que foram cristalizadas em edições municipais a partir da segunda metade do século passado; referências que chegam de escritos bem mais antigos e que lembram as tradições das casas figueirenses e, finalmente, as receitas que hoje é possível ouvir das pessoas mais velhas. Ou de outras mais novas que aprenderam com mães e avós, que teimam em não deixar cair no esquecimento as afamadas papas de moado, ou as caldeiradas de enguias, ou a chora dos homens da faina maior».
E acrescento, «em jeito de recomendação, deixa-se uma nota ao leitor: a presente compilação de receitas não tem a pretensão de se transformar no derradeiro compêndio da cozinha tradicional figueirense. Vozes se levantarão lembrando as omissões, outras questionarão a autenticidade de outras. Na verdade, ao reunir-se este grupo de receitas correu-se esse risco. Aceita-se, de antemão, que existem lacunas; conclui-se que o vocábulo tradicional tem diferentes leituras em contextos variados; a mesa rica reflete uma comensalidade muito própria da sociedade mais abastada deste concelho, mas nem por isso deixa de ser paradigma do que é uma cozinha local, porque moldada pelos produtos endógenos ou do quotidiano; da mesma forma não estão aprofundados contextos de mar ou campo que, embora enriquecedores, não constituem o objetivo primordial deste texto. É, pois, com a convicção que se procurou abarcar várias frentes, sem, no entanto, encerrar em definitivo o que a gastronomia figueirense oferece, que se deixa espaço para novas linhas e outros acrescentos».
A particularidade de estar na blogosfera permitiu-me, ainda, incluir um capítulo com contributos vários. «No capítulo Velhos Produtos, novas receitas, os ingredientes são os mesmos de outros tempos mas vestem-se agora de outra forma. As receitas sugeridas resultam de uma generosa colaboração da comunidade virtual. Partindo dos foodblogers, que tanto têm contribuído para despertar o gosto e a curiosidade pela culinária e gastronomia junto do público em geral ou, mais especificamente, por aqueles que vêm na mesa um lugar central nas suas vivências, apelou-se à criação ou recriação de receitas que destacassem esses ingredientes. Eis que surge um conjunto de atrativas sugestões que respeitam a identidade do produto procurando, no entanto, corresponder à cozinha dos nossos dias.
Essas foodblogers têm nome: a Ana Dalhemberg (Anasbagari), a Ana Cabete (Frasco de Memórias), a Ana Pereira (A Festa de Babette), a Ilídia Bettencourt (Acre e Doce), a Inês Mendes (Ananás e Hortelã), a Mar Queirós (Coisas d’Mar), a Naida Folgado (Frango do Campo), a Patrícia Almeida (Food with a Meaning), a Sandra Santos (Marmita), a Sofia Paixão (Gluten Free com Paixão), a Suzana Parreira (Gourmets Amadores) e a Teresa Rebelo (Lume Brando). A elas a minha gratidão pela preciosa colaboração.
Para mais informações sobre a publicação e o evento, podem ver aqui e aqui
Novembro 23, 2015 at 12:18 pm
Guida,
Fiquei tao contente com estas notícias!!
um abraco,
Ana
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Novembro 24, 2015 at 10:02 pm
Parabéns Guida! 🙂
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Novembro 24, 2015 at 10:08 pm
Guida querida,
fico muito feliz com este teu projecto que seguiu caminhos de comida verdadeira da nossa Figueira. Foi um prazer poder contribuir e partilhar.
Um grande abraço e espero estar presente claro!
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Novembro 25, 2015 at 11:08 pm
Já te escrevi a lamentar não poder estar. Mas o que importa mesmo é que tanto património intangível se transformou num livro muito bonito. Graças a ti e à tua perseverança, que eu sei. Que corra tudo bem. Foi um gosto enorme dar o meu contributo.
Um abraço grande!
Mar
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Novembro 27, 2015 at 6:58 pm
Reblogged this on .
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Novembro 27, 2015 at 7:26 pm
Querida Guida,
Escrevi-te hoje por email. Tenho andado um pouco afastada do blogue, mas penso retomar-lhe as rédeas muito em breve.
Infelizmente, e como já sabes, não poderei estar fisicamente presente no lançamento do livro. Estarei com certeza em pensamento.
Parabéns por este projeto delicioso que põe mesa!
Espero um dia poder sentar-me à mesa contigo para provarmos os petiscos da Figueira.
Um grande abraço aqui da ilha.
Patrícia
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Dezembro 2, 2015 at 10:44 am
Guida,
fiquei muito feliz por poder colaborar no projecto que tu fizeste nascer!
Porque vindo de ti só podia ter muita qualidade;
porque trata da Figueira;
porque regista uma componente cultural importante da nossa História;
porque diminui distâncias!
E vamos um dia provar petiscos juntas;
tem custado mas tem de concretizar-se!
Um abraço,
Ana
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